sábado, 16 de agosto de 2014

É ASSIM QUE VEJO DEUS

"Portanto, você, por que julga seu irmão? E por que despreza seu irmão? Pois todos compareceremos diante do tribunal de Deus.
Porque está escrito: " ‘Por mim mesmo jurei’, diz o Senhor, ‘diante de mim todo joelho se dobrará e toda língua confessará que sou Deus’ ".
Assim, cada um de nós prestará contas de si mesmo a Deus.
Portanto, deixemos de julgar uns aos outros. Em vez disso, façamos o propósito de não colocar pedra de tropeço ou obstáculo no caminho do irmão." Romanos 14:10-13

Esta semana conversei com uma pessoa que tentou me convencer de que Deus vai um dia me convencer de que eu precisarei voltar para a "igreja" institucionalizada, porque senão estarei irremediavelmente "desviado". Respondi que estou plenamente convencido de que, mesmo fora da instituição, continuo com Deus, Cristo é o meu Senhor e que estou tão salvo (seja lá o que esta pessoa entenda por salvação) quanto em qualquer outra época.

Este tipo de comentário me entristece. Em primeiro lugar porque esta pessoa não entendeu quase nada do evangelho da graça de Deus. Para esta pessoa a graça ainda não é suficiente visto que preciso estar atrelado a alguma instituição. Para ela, além da graça não ser suficiente, também não é eficaz, visto que posso perdê-la ao me ausentar da instituição.
O segundo motivo da minha tristeza é generalizado, porque assim como esta pessoa, muitas outras que estão "dentro" das instituições continuam julgando aqueles que estão "fora" delas como se este fosse o critério para se estar perto de Deus ou não.
Eu aprendi, infelizmente de forma um tanto tardia, que a única coisa que posso e devo fazer é tentar seguir os ensinamentos de Jesus, tentar viver da forma como ele viveu e pediu para que vivêssemos. Tentar, ao longo da minha vida, ajudar o maior número de pessoas possível, e assim, estarei cumprindo a lei de Deus. E o que passar disso é invenção da religião e pode ser perfeitamente descartado ou simplesmente ser vivido da forma que agradar, levando em conta culturas ou costumes.

Gosto de ver Deus em pequenos atos de amor na vida de pessoas simples e anônimas. Gosto de ver Deus em palavras singelas mas de grande impacto, vindas de pessoas que não tiveram o privilégio de se educarem. Gosto de ver Deus assim, na vida, no cotidiano, agindo silenciosa mas poderosamente, transformando pessoas "doentes" e cansadas, em gente do bem, alegres e gratas por tudo que têm, mesmo que o tudo seja muito pouco.
É assim que vejo Deus e é assim que tento viver minha espiritualidade.
Não julgo os que estão "dentro", mas por favor, não me julgue por estar aqui "fora".