Todavia brotava água da terra e irrigava toda a superfície do solo. Então o Senhor Deus formou o homem do pó da terra... Gênesis 2:6-7
Água e pó formam barro.
Apresentaram-me um deus muito distante e poderoso, tão poderoso que seria incapaz de se misturar com a insignificância humana.
Hoje em dia acredito mais em um Deus que se mistura, se relaciona e se funde com a humanidade com a intenção de conquistá-la.

Agora penso em um Deus se ajoelhando na terra, afundando as mãos no barro, separando os pedregulhos de um lado e lentamente, como um artista diante de sua escultura, molda a mais excelente de todas as suas criaturas, alguém finalmente à sua imagem e semelhança, alguém com sentimentos como os dele.
Depois de pronto, Deus lava as mãos sujas de barro, seca-as em seu avental e sorri satisfeito com o trabalho de suas mãos. Com um carinho quase materno, Deus sopra vida em sua obra que abre os olhos e reconhece pela primeira vez aquele que o criou.
Não vejo a obra-prima de Deus sendo feita à distância, através de uma ordem imperial, mas sendo feita pessoalmente, com cuidado e precisão.
E, desde então, existe uma força de atração irresistível da criatura pelo seu Criador.
Pessoas de todas as épocas e de todas as partes do mundo tentam encontrar uma força maior, um ser superior, alguém ou alguma coisa que possa explicar onde tudo começou, qual a origem e qual o sentido da existência. Até a ciência evolucionista ateia busca este começo existencial porque não há nada que extingua o desejo de olhar novamente nos olhos daquele que nos modelou do barro. Esta atração é irresistível.
A única coisa que nos impede de vê-lo e de senti-lo é o pecado; ele é o único meio capaz de fazer-nos insensíveis àquele que nos criou.
Apesar disso, todas as vezes que desejarmos vê-lo novamente, basta chamarmos por Ele e, assim como no princípio, Ele estará bem na nossa frente, olhando novamente nos nossos olhos com o mesmo semblante e com a mesma alegria da primeira vez. Porque para Ele, cada retorno será como uma nova criação, sem ressentimentos e sem passado, limpos como se fosse o primeiro barro.
E sem hesitação, novamente Ele sopra vida em nós, incansavelmente, quantas vezes forem necessárias.
Assim é Deus. E sempre será.
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