quarta-feira, 29 de agosto de 2012

JOIO COM CARA DE TRIGO?

Propôs-lhes outra parábola, dizendo: O reino dos céus é semelhante ao homem que semeia a boa semente no seu campo; Mas, dormindo os homens, veio o seu inimigo, e semeou joio no meio do trigo, e retirou-se. E, quando a erva cresceu e frutificou, apareceu também o joio. E os servos do pai de família, indo ter com ele, disseram-lhe: Senhor, não semeaste tu, no teu campo, boa semente? Por que tem, então, joio? E ele lhes disse: Um inimigo é quem fez isso. E os servos lhe disseram: Queres pois que vamos arrancá-lo? Ele, porém, lhes disse: Não; para que, ao colher o joio, não arranqueis também o trigo com ele. Deixai crescer ambos juntos até à ceifa; e, por ocasião da ceifa, direi aos ceifeiros: Colhei primeiro o joio, e atai-o em molhos para o queimar; mas, o trigo, ajuntai-o no meu celeiro.
...
Então, tendo despedido a multidão, foi Jesus para casa. E chegaram ao pé dele os seus discípulos, dizendo: Explica-nos a parábola do joio do campo. E ele, respondendo, disse-lhes: O que semeia a boa semente, é o Filho do homem; O campo é o mundo; e a boa semente são os filhos do reino; e o joio são os filhos do maligno; O inimigo, que o semeou, é o diabo; e a ceifa é o fim do mundo; e os ceifeiros são os anjos. Assim como o joio é colhido e queimado no fogo, assim será na consumação deste mundo. Mandará o Filho do homem os seus anjos, e eles colherão do seu reino tudo o que causa escândalo, e os que cometem iniqüidade. E lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali haverá pranto e ranger de dentes. Então os justos resplandecerão como o sol, no reino de seu Pai. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.
Mateus 13:24-30; 36-43
 
Graças ao bom Deus, Mateus deixou registrado a interpretação desta parábola, coisa que não ocorre com a maioria delas. Aqui, Jesus dá nome aos bois. Explica direitinho quem é quem e assim fica mais fácil entender o que ele quis mostrar.
Fiz um exercício muito interessante, trocando as figuras da parábola pelas interpretações dadas por Jesus, então ficou assim:
 
"O reino dos céus é semelhante ao homem que semeia os filhos do reino no mundo; Mas, dormindo os homens, veio o diabo, e semeou os filhos do mal no meio dos filhos do reino, e retirou-se. E, quando o reino cresceu e frutificou, apareceu também os filhos do mal. E os servos do pai de família, indo ter com ele, disseram-lhe: Senhor, não semeaste tu, no mundo, os filhos do reino? Por que tem, então, filhos do mal? E ele lhes disse: O diabo é quem fez isso. E os servos lhe disseram: Queres pois que vamos arrancá-lo? Ele, porém, lhes disse: Não; para que, ao colher os filhos do mal, não arranqueis também os filhos do reino com ele. Deixai crescer ambos juntos até o fim do mundo; e, por ocasião do fim do mundo, direi aos anjos: Colhei primeiro os filhos do mal, e atai-o em molhos para o queimar; mas, os filhos do reino, ajuntai-o no meu celeiro "
 
Dessa forma quase não precisa de mais explicações; vou apenas tecer algumas considerações:
1. Com o crescimento do reino é inevitável que apareçam os filhos do mal. Se não fosse Jesus nos dizer que é o diabo quem planta os seus filhos no reino, seria quase natural supor que no meio de gente boa aparecesse também gente ruim. É uma conclusão estatística óbvia; já que o mal está intrínseco no ser humano, uma boa parcela da população deve ser má. Além de contarmos com a probabilidade, Jesus nos diz que o diabo dá uma forcinha pra essa conta aumentar ainda mais. Ele propositalmente, insere seus súditos no meio do reino para confundir quem olha para o reino e não consegue diferenciar uma coisa da outra.
 
2. Eles esão inseridos no reino para causar confusão. O diabo quer enganar a todo custo as pessoas e tentar fazer com que elas cheguem à fatídica conclusão que: se existe gente boa fora e dentro da igreja, que vantagem Maria leva estando dentro da igreja? Se o reino tem gente boa, mas também tem muito picareta, como eu posso ter certeza que esse negócio de evangelho realmente funciona?
 
3. É natural que haja uma inquietação dos filhos do reino. Não sei você, mas eu já me perguntei várias vezes: Por que Deus não age de uma vez e separa logo os bons dos ruins? Os cristãos não deveriam ser pessoas acima da média? Por que existe tanto escândalo? Por que o Senhor não dá um basta nisso de uma vez por todas? E nesta angústia que nos sobrevêm, tentamos às vezes separar à força o joio do trigo. Usamos até a "autoridade" da igreja para provocar esta separação "santa", e na maioria das vezes sempre causamos dor e perdas irreparáveis. Isto acontece porque no reino não se consegue avaliar o que está por dentro da terra; as raízes se interligam e se conectam em um emaranhado histórico e cultural onde qualquer prejuízo afeta todo o campo. Quando um joio que era tido como trigo cai, toda a plantação é afetada porque nossa visão de reino é muito limitada. Dito isto vamos ao próximo ponto
 
4. Não estamos aptos para fazer esta separação. Na parábola, os servos estão impacientes enquanto o senhor da terra mostra uma aparente tranquilidade. Esta tranquilidade não quer dizer que ele não se importa com o trabalho sujo do inimigo no seu campo. Quer dizer que ele sabe exatamente como agir para reparar este dano. Esta informação deve tranquilizar os servos, visto que tudo está sob o controle do senhor da terra. O único erro que não podemos cometer é querer separar antes da colheita uma planta da outra. Acreditem, o estrago será maior do que deixar as duas crescerem ao mesmo tempo.
 
5. Tanto o joio quanto o trigo vão crescer. Embora esta não seja a melhor das notícias, Jesus nos avisa para que não percamos a esperança e para que não caiamos no erro de achar que tudo está perdido. Quanto mais o reino de Deus se espalha, mais joio vamos ver crescendo junto, no mesmo terreno. O agravante desta história é que à primeira vista as duas plantas são praticamente idênticas e por isso quanto descobrimos que este trigo é um joio a decepção se torna ainda maior. Jesus não vai nos poupar dessa decepção, mas vai nos dar discernimento e graça para suportar esta situação. O que Ele nos garante é que a separação um dia vai acontecer.
 
6. E esta separação se dará somente no final dos tempos. Não adianta o homem querer antecipar a colheita, porque assim como a plantação precisa respeitar o ciclo natural de crescimento, os filhos do reino precisam respeitar o tempo determinado por Deus. Antecipar a colheita implica em dor, perdas e sofrimento dos quais Jesus quer nos poupar. A igreja de Jesus não foi chamada para separar, mas para unir. Quem irá separar são os anjos de Deus, não a igreja.
 
E assim Jesus quer nos mostrar porque o mal ainda prospera no mundo, porque tem tanto "cristão" cometendo iniquidade e escandalizando; porque há tanta injustiça mesmo no meio do reino. Aos filhos do reino cabe esperar o dia justo e fazer resplandecer a luz de Cristo. Por mais que às vezes seja difícil enxergar, Deus ainda está no controle da sua igreja, expandindo seu reino e no tempo certo fará a separação final.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

ASSIM É O REINO...

Ele prosseguiu dizendo: "Acontece com o Reino de Deus assim como com um homem que lança a semente sobre a terra. Noite e dia, quer ele durma quer se levante, a semente germina e cresce, embora ele não saiba como. A terra por si própria produz o grão: primeiro o talo, depois a espiga e, então, o grão cheio na espiga. Logo que o grão fica maduro, o homem lhe passa a foice, porque chegou a colheita". Novamente ele disse: "Com que compararemos o Reino de Deus? Que parábola usaremos para descrevê-lo? Acontece com o Reino de Deus assim como com um grão de mostarda, que, quando plantada, é a menor semente de todas. No entanto, plantada, ela cresce e se torna a maior de todas as hortaliças, com ramos tão grandes que as aves do céu podem abrigar-se à sua sombra". Marcos 4:26-32

Os judeus enxergavam o reino de Deus como um reino político, nacionalista e local. Neste reino, todo Israelita acreditava que, definitivamente, Deus restauraria a liberdade plena de Israel que incluia obviamente a posse do seu território, a terra dada por Deus.
O tempo passou e hoje muita gente entende reino de Deus apenas em um sentido escatológico, quando por fim Jesus reinará sobre todas as nações juntamente com seus santos em uma esfera totalmente espiritual.
O reino sobre o qual Jesus pregou não é nem uma coisa e nem outra, ou talvez seja todas as coisas juntas. O reino é, está sendo e será. O reino foi inaugurado por Jesus, continua sendo manifestado pela Igreja e será no futuro concretizado de forma completa e perfeita.
O problema de pensar em reino como os judeus tira o toque sobrenatural do reino que diz respeito ao seu crescimento e à sua evolução, e o problema de pensar em reino como muitos fazem hoje, espiritualizando-o completamente, tira a beleza do viver o reino de uma forma comum e humana, como Jesus viveu.
Nesta parábola Jesus não trata da forma do viver este reino, ele vai fazer isto em outros textos. Neste texto Jesus nos mostra como este reino se desenvolve, como ele vai crescendo até se transformar no reino escatológico.
Jesus estabelece uma regra irônica para o crescimento deste reino. Ao invés de usar de um sistema de multiplicação extremamente eficiente para que a medida escatológica do reino cheguasse o mais breve possível, Ele usa de um sistema aparentemente vagaroso e ineficaz à nossa razão.
Olhando de forma lógica, o reino que Jesus estava inaugurando não tinha grandes chances de sucesso. Os homens de respeito da sociedade da época eram extremamente contrários aos ideais do reino de Jesus. As pessoas convocadas para fazerem parte deste reino eram pessoas de um passado extremamente duvidoso. A própria família de Jesus a princípio não entendeu o que Ele fazia e começou a jogar no time adversário. Enfim, tudo conspirava contra.
Então, para tranquilizar seus discípulos, Jesus vem mostrar que o seu reino era assim mesmo. A princípio não tinha muita coisa que o qualificasse como bem sucedido, mas seu final seria glorioso. E por isso não tinha e não tem nada que o homem ou qualquer ser deste universo faça para atrapalhar o destino que Deus planejou para a raça humana. Tudo está traçado e tudo está sob controle apesar das aparências.
A semente foi lançada, o reino foi inaugurado e sua concretização está programada. E quando isso acontecer, Jesus passará a foice e fará a separação do joio e do trigo.
Por enquanto, a única coisa que podemos ver deste reino são sementes, tão pequenas que parecem insignificantes. Tão inertes que parecem mortas. Mas são estas sementes, cada pequena ação que fazemos em pról do reino, são elas que frutificarão no fim das contas. São estas sementes que formarão a grande árvore sob a qual os povos da Terra habitarão.
Assim é o reino de Deus; a gente não vê, não percebe, mas ele continua crescendo e sendo semeado. Em cada esquina, em cada conversa, em cada abraço, em cada gesto de amor cristão, lá está a semente sendo lançada.
Desconfie dos grandes "booms" de crescimento que se vêem por aí, desconfie dos crescimentos em progressão geométrica porque aparentemente o reino não cresce assim; pelo menos esta não é a regra.
Por isso não desanime diante do cenário que se nos coloca. Deus está e sempre estará trabalhando por detrás dos bastidores e no fim vai dar tudo certo.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

SER LUZ NÃO É UMA ESCOLHA

"Vocês são a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade construída sobre um monte. E, também, ninguém acende uma candeia e a coloca debaixo de uma vasilha. Pelo contrário, coloca-a no lugar apropriado, e assim ilumina a todos os que estão na casa. Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens, para que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus". Mateus 5:14-16

Ser luz não é uma opção para aqueles que um dia decidiram seguir a Cristo. Ser luz é inerente, faz parte da essência do cristão, não tem como ser diferente.
A diferença está em como essa luz será irradiada.
O cristão está posto no mundo como uma cidade sobre um monte. Impossível não ver, impossível não notar. Ela está lá como referencial; todas as coisas estão perto ou longe da cidade sobre o monte.
- Onde fica aquele rio? Perto da cidade sobre o monte.
- Onde fica aquela floresta? Próximo à cidade sobre o monte.
Referencial. Assim é o cristão.
- Como deveria ser o procedimento de um homem ou mulher honestos? O cristão é o referencial.
- Como deveria ser o procedimento de conduta e integridade? O cristão é o referencial.
O problema é quando o referencial que o cristão mostra ser é ruim. Inevitavelmente a luz do cristão brilhará, mas se o brilho for obscuro, ao invés de irradiar luz, irradiará trevas. Se a luz que há em ti são trevas, quão grande serão tais trevas. Não tem como ser diferente.
O cristão não pode passar despercebido, visto que ele está posto como uma cidade sobre um monte ou como um lustre na sala. E por isso, a grande responsabilidade de brilhar a luz de maneira certa.
Costumo dizer que o cristão, verdadeiramente cristão, não tem escolha, não tem volta, não tem como abdicar de sua condição de filho de Deus. Deus não abre mão daquele que um dia se decidiu por Ele. Esta pessoa está segura em Deus.
Esta é uma boa notícia, mas também uma grande responsabilidade; ser luz. E não dá nem pra ser sombra, meio claro e meio escuro, ou é luz, ou é treva.
O mundo espera ver luz, porque trevas ele já vê lá fora. O mundo espera um referencial, porque todos os referenciais cairam por terra no nosso pós-moderno modo de viver.
O mundo espera ver Cristo nas minhas e nas tuas atitudes. Seja luz. Brilhe a luz.

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

ESPERANÇA EM MEIO AO CAOS

E outra vez começou a ensinar junto do mar, e ajuntou-se a ele grande multidão, de sorte que ele entrou e assentou-se num barco, sobre o mar; e toda a multidão estava em terra junto do mar. E ensinava-lhes muitas coisas por parábolas, e lhes dizia na sua doutrina:
Ouvi: Eis que saiu o semeador a semear. E aconteceu que semeando ele, uma parte da semente caiu junto do caminho, e vieram as aves do céu, e a comeram; E outra caiu sobre pedregais, onde não havia muita terra, e nasceu logo, porque não tinha terra profunda; Mas, saindo o sol, queimou-se; e, porque não tinha raiz, secou-se. E outra caiu entre espinhos e, crescendo os espinhos, a sufocaram e não deu fruto. E outra caiu em boa terra e deu fruto, que vingou e cresceu; e um produziu trinta, outro sessenta, e outro cem. E disse-lhes: Quem tem ouvidos para ouvir, ouça. Marcos 4:1-9

De acordo com Joachim Jeremias esta parábola, diferente de sua costumeira interpretação, deveria ser vista como uma parábola escatológica. Isto quer dizer que provavelmente Jesus a pronunciou em um sentido não alegórico como sempre temos ouvido.
Olhando por este prisma, Jesus nos leva a um cenário de caos. O homem da terra, sabido das coisas da terra como costuma ser, sai a semear. E conforme a semente vai caindo, vai se formando o caos. Nenhum resultado, nenhum sucesso, tudo parece fracassar. A que cai à beira do caminho não vinga. A que cai no pedregulho vinga mas por não ter raíz logo morre. A que cai entre espinhos é sufocada por estes. Olhando assim até parece que este homem da terra está fazendo um péssimo trabalho e que não entende muito do seu ofício de plantar.
No coração dos ouvintes de Jesus nasce uma agonia porque à medida que Jesus vai narrando este cenário de fracasso, eles vão imaginando o resultado final: fome, miséria, escassez.
Jeremias associa esta parábola ao reino. E é bem assim mesmo que nos sentimos quando vemos o que estão fazendo com a Palavra.
Os cristãos sérios, verdadeiramente convertidos e que têm sua fé alicerçada em Jesus e não em coisas, não têm receio de afirmar que vivemos um cenário caótico dentro dos arraiais cristãos.
Um evangelho equivocado e pernicioso tem sido pregado nos meios de comunicaçãoe em muitas igrejas e que ensina as pessoas a viverem um relacionamento de barganha com Deus. Se eu fizer isso, aquilo ou aquiloutro, Deus vai me abençoar. Se eu fizer essa campanha, corrente, promessa, Deus vai retribuir. Evangelho de troca. Deus não age desta maneira. Deus age por graça.
Quando vemos este cenário ficamos como os ouvintes de Jesus, perplexos e desanimados porque tudo indica que o fim será triste.
De repente Jesus muda drasticamente o cenário e diz que algumas sementes cairam em solo fértil, e essas produziram, tanto, mas tanto, que superaram em muito aquelas que não produziram.
E é nesta esperança que reside toda a beleza da parábola. Apesar da improbabilidade, Jesus afirma que no fim das contas o reino vai ganhar e os frutos serão tantos que ninguém se lembrará do aparente início tímido que teve a plantação de Deus.
Esta é uma mensagem de esperança para aquele que acha que a mensagem de Jesus está perdendo. Para aquele que acha que tem mais gente perdida do que salva. Para aquele que acredita que o evangelho falhou. Jesus diz que não.
Simplesmente semeiem, plantem, porque o crescimento pertence a Ele.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

SACO VAZIO NÃO PÁRA EM PÉ

E, quando o espírito imundo tem saído do homem, anda por lugares áridos, buscando repouso, e não o encontra. Então diz: Voltarei para a minha casa, de onde saí. E, voltando, acha-a desocupada, varrida e adornada. Então vai, e leva consigo outros sete espíritos piores do que ele e, entrando, habitam ali; e são os últimos atos desse homem piores do que os primeiros. Assim acontecerá também a esta geração má. Mateus 12:43-45

Jesus faz esta declaração aos judeus que o haviam acusado de expulsar demônios pelo poder do próprio demônio. Apesar disso, Jesus não está dando nenhuma aula de demonologia. Jesus não está tampouco querendo dizer que aquele que se "desvia" recebe oito demônios dentro dele e muito menos querendo provar que espíritos vagam por lugares desertos.
Jesus está ensinando que uma vida vazia de Deus está voluntariamente caminhando para uma situação de animalidade.
O judeu achava que o deserto era habitação de demônios e por isso Jesus usa esta metáfora para explicar a situação de um homem que decidiu se esvaziar de Deus.
A rejeição daqueles judeus para com Jesus os deixaram em uma situação de esvaziamento de Deus tão grande que seu estado de apatia pelas coisas de Deus chegara a um ponto irreversível. Nada pior que deixar o coração vazio. Sem Deus nossas tendências e comportamentos mais primitivos vêm à tona e revelam nossa real natureza humana.
A situação daqueles judeus era ainda pior. Eles haviam provado a revelação de Deus através da herança abraâmica, e agora de forma especial estavam provando a revelação do próprio Deus em pessoa, na pessoa de Jesus. Mas quando decidiram fechar os olhos e ouvidos para a mensagem do Cristo, criaram dentro de si um vazio existencial tão grande que suas vidas tornaram-se piores do que a vida da pessoa mais endemoninhada que pudesse existir.
A vida daquele que decidiu seguir a Cristo precisa necessariamente estar cheia do Espírito Santo e assim, frutificar para Deus.
Um endemoninhado é controlado pelo mal, age segundo suas tendências mais selvagens e perde todo senso de equilíbrio que o faz viver em sociedade. Assim é aquele que decidiu se esvaziar de Deus. Portanto, assim como disse o apóstolo, enchei-vos do Espírito!